sábado, 7 de setembro de 2013

As feridas nas mãos de meu pai e o futuro do Brasil

Hoje, sete de setembro de 2013, meu pai me escreveu a seguinte mensagem:

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Estive na Presidente Vargas.

Saí de casa às 09,30h, peguei um ônibus e mais ou menos umas 10:40h, cheguei à Presidente Vargas. No ônibus, recebi uma mensagem que já tinham invadido a área de desfile e a confusão já tinha começado. Quando cheguei em frente ao prédio do Detran, procurei ver onde estava a maior concentração e, lá na esquina da Presidente Vargas com a Rio Branco estava a maior concentração de pessoas com bandeiras dos sem-terra, do PSTU, do PCB do B, do LGBTS, cartazes pedindo a saída do governador Cabral, bondinho de Santa Tereza, um grupo de black blocs proferindo insultos e palavrões de todo tipo (pareciam cães hidrófobos), muitos policiais acompanhando os movimentos desse grupo de arruaceiros.

Foi iniciada a caminhada rumo à Central do Brasil. Tudo ia bem até chegar em frente ao Panteão, onde estava armado o palanque do desfile, que já tinha terminado. Alguém lançou dois morteiros e aí começou o corre-corre e os policiais começaram a atirar bombas de gás lacrimogênio nos manifestantes. Foi quando, ao me virar para correr, caí e feri as duas mãos no chão.

Conclusão: Não vi um número expressivo de pessoas imparciais quanto aos grupos partidários, homossexuais e outras tribos. Achei ridículo o número de pessoas para uma chamada tão intensa como foi feita através da internet. Estive presente no primeiro movimento da UNEMFA no Rio de Janeiro para reivindicar melhoria do armamento e dos vencimentos do pessoal das Forças Armadas na abertura dos Jogos Olímpicos: foi um fiasco, se lá estiveram dez componentes foi muito.

Estive presente na caminhada de Copacabana pelo mesmo motivo (armamento e vencimento): se lá estiveram umas cem pessoas foi muito,
foi outro fiasco.

Então me perguntei: Eu estou vendo chifre em cabeça de cavalo? O PT não está destruindo esse país? O governo do PT não está comunizando o Brasil? Não houve mensalão? Enquanto o governo distribui milhões para os ditadores de países africanos, a educação e a saúde está "quase de primeiro mundo"? Será que o povo precisa mesmo passar pela experiência da Rússia, China, Cuba, Coreia do Norte onde já mataram e continuam matando o povo de fome ou fuzilamento?

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Respondi ao meu pai (e a todos os que me leem):

Comparem o número de pessoas realmente esclarecidas nesse país e o tamanho dele.
Já disse anteriormente que nosso povo - a esmagadora maioria dele - não aprende pelo exemplo, mas pela experiência. Não adianta o povo ver a barba do vizinho pegando fogo - ele tem que ter a própria barba queimada, para saber que quem tem barba grande tem que soprar a vela de longe, não de perto.

De onde vieram os arruaceiros mercenários do Black Bloc, se não das mesmas entranhas dos que se engalfinham pelo poder de poder roubar esse país? A revolução que eles buscam é a revolução que lhes dará o poder de poder roubar no lugar dos que hoje roubam - e que por sinal tomaram o lugar dos que roubavam antes.

Foi preciso eu estar enfronhado nessa coisa toda, cheio de idealismo, no fim da década de 1980 e início da década de 1990 para entender que o idealismo era meu, mas o poder, quando fosse conquistado, seria deles, não meu, pois eu era apenas lenha para queimar na caldeira da locomotiva deles. Como lenha, eu era precioso, porque pouquíssimos se prestavam a esse tipo de voluntariado. Mas o trono era para aqueles mesmos de sempre. A mim, cabia apenas queimar no forno da caldeira.

Não me junto a lado nenhum nessa lama toda que está acontecendo hoje no país, porque simplesmente todos os lados são compostos de bandidos da pior espécie, que roubam bilhões e bilhões sem o menor remorso, enquanto se revestem do manto de protetores da nação. Não existe bandido bom, embora alguns creiam nisso. Não existe "rouba, mas faz" - existe "rouba e deixa migalhas caírem no chão".

O povo precisava eleger Lula para saber que um comunista no poder é apenas mais um ladrão que gosta de usar vermelho - só muda o estilo.


O pronunciamento de Dilma Roussef à véspera do 7 de setembro é a prova que eles sabem - como ninguém - distorcer a realidade com palavras, como nunca antes na história desse país. Os beneficiários dos Bolsa-Esmola vibram com isso e vibrarão até o dia que o país quebrar. Aí, quem sabe, escolherão um novo déspota para salvá-los da própria ignorância - o voto de um estúpido vale tanto quanto o de um esclarecido. Estados miseráveis prosseguem elegendo representantes que os mantém raquíticos e dependentes. A Globo e a Band publicaram o efeito do pronunciamento da presidenta inteligenta: se fosse hoje, estaria reeleita, sem qualquer chance para os outros candidatos, que são por sua vez tão imundos quanto ela e seus 39 bandidos-chefes do Executivo.

Falar o que do pior Congresso Nacional já eleito na história desse país?
Eles não tomaram o poder através de um golpe de estado - foram todos eleitos! Eleitos pelo povo! Com voto obrigatório - obrigação civil, qual uma bomba relógio na mão de um idiota! Com voto de legenda, que direciona o meu voto para os corruptos-mor, donos dos partidos, em quem eu nunca, jamais votaria!

Quem já enfrentou - e venceu, como eu - um câncer sabe como é: não se toma conhecimento de que se tem câncer, até que surge algo incômodo, aparentemente inofensivo, que um antibiótico ou um anti-inflamatório "resolve" entre 7 e 10 dias. Mas aí o incômodo não passa e você resolve se examinar mais a fundo, para então tomar consciência de que é algo imensamente mais sério, e que o tratamento vai matar células doentes, mas também matará células saudáveis.


Nessa hora, há quem escolha não matar as células saudáveis e viver o que ainda lhe resta de vida. Não se medicam e esperam o momento final, estoicamente, como se nada estivesse acontecendo - até mesmo negam a doença.

E há quem decida enfrentar o câncer, mesmo que no fim do tratamento esteja tão debilitado que mal possa se levantar da cama. Essa tem sido a minha escolha desde sempre.

Até agora o Brasil tem optado por tomar analgésicos e antibióticos. Até dói, mas não tanto quanto antes.


Mas vai piorar, tenham certeza, porque as infecções oportunistas vem - e o país vai pedir mais analgésicos, para diminuir a dor: mais bolsa-esmola, mais médicos comunistas, mais paternalismo, mais alianças com os piores líderes do planeta, mais mãos passadas nas cabeças dos piores ladrões que este país já enfrentou, mais certeza de impunidade. 


Enquanto isso, o câncer vai drenando toda a energia do país, cumprindo a máxima da ex-primeira ministra britânica Margareth Thatcher: O Socialismo só dura até acabar o dinheiro dos outros. Na URSS, expoente máximo do comunismo, ele durou 70 anos. Em seu lugar, levantou-se um regime tão ou mais corrupto que o anterior - na verdade, herdeiros do antigo regime. Quanto tempo durará no Brasil? Quanto tempo o Brasil ainda aguentará, antes da derrocada irreversível?

As manifestações são a febre - apenas isso, febre. 


Que venha a quimioterapia. Que venha a radioterapia, enquanto há tempo de salvar o paciente. Certamente que sairemos muito debilitados no fim de tudo, mas entraremos em remissão e nos reergueremos. Mas certamente não há de ser com a corja que hoje pulula nos prostíbulos a céu aberto que se autodenominam partidos políticos brasileiros.

Que as feridas nas mãos do meu pai doam também nas mãos daqueles que tem optado pelos analgésicos. Talvez assim acordem.


Que DEUS tenha misericórdia de nós.

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