Se for pra ser frito, que seja em óleo de amendoim, que não faz fumaça nos olhos. Então aqui vai - rsrs...
A instituição cria o rótulo, se apodera da doutrina e se autointitula guardiã dos mistérios. Aquele que ousa revelar a não-divindade dos que se consideram deuses e semideuses é então excluído da instituição - com toda justiça, já que não se enquadra ao esquema reinante.
Notem bem: não nominei corrente religiosa alguma.
Na verdade, o acima escrito se aplica a toda e qualquer instituição: quem reage aos desvios é excluído a bem da sobrevivência da instituição - e daqueles que dela extraem seu sustento. É assim nas empresas, clubes, partidos políticos, escolas de samba, governos, bandas de música e até nas famílias.
Tenho tido a noção cada vez mais nítida de que, quão mais próximos nos tornamos da alta esfera de uma instituição, deixamos de "'viver a doutrina" e passamos a "viver para manter a doutrina que nos sustenta". E isso quase nunca é agradável para a consciência.
Essa ascensão na hierarquia da instituição traz consequências à personalidade daquele que alça aos seus postos mais altos: a visão muda, as ilusões acabam à medida que se sobe e há, sim, o risco dele se tornar cínico e hipócrita - tudo para o bem da instituição que reconheceu nele o guardião de que tanto necessita para manter-se ativa e atendendo aos que dela dependem. Essa mudança acaba levando-o a engessar a instituição, incapacitando-a a se adaptar aos ciclos ambientais e históricos. Com isso começam a surgir dissensões, cismas, rachas e... novas instituições surgem, para reiniciar o ciclo.
Essa sensação ruim que temos hoje em relação às instituições de um modo geral é apenas o sinal de que a mudança está para acontecer - e relaxem, acontecerá com ou sem a nossa participação!
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