Instrui o jovem no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele (Pv 22.6). Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; porque, para com Deus, não há acepção de pessoas. Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados (Rm 2:10-12).
Recentemente, vivi uma experiência desagradável em relação a um grupo de jovens, que eu considerava santos. Quem olhasse para eles durante os cultos na igreja, considerá-los-ia santos. Quem os olhasse ministrando o louvor considerá-los-ia santos. Quem conversasse com eles no ambiente da igreja, considerá-los-ia santos. Eles inclusive se aproximavam das pessoas para discutirem assuntos santos. Realmente, eles vendiam uma aparência de santidade. No entanto, fora do ambiente da igreja, eles se tornavam em algo pior do que os jovens que não freqüentam igrejas, porque os jovens que não freqüentam igrejas não têm contato constante com a palavra de DEUS; não desfrutam da intimidade de DEUS.
O jovem cristão se julga diferente dos demais...
Tornou-se desgraçadamente comum assistirmos a pessoas que se dizem servos de DEUS envolvidas em situações de corrupção. Essas pessoas se utilizam do rótulo de "evangélico" para desarmar a desconfiança das pessoas, e com isso, ter acesso aos canais por onde vendem as suas próprias almas ao inimigo, em troca de dinheiro e poder. São servos de Mamon disfarçados de crentes.
Todos eles foram jovens um dia. Vários deles foram nascidos e criados nas igrejas. Será que foi a chegada da fase adulta que os desviou dos caminhos de DEUS? Eu digo que não. Esses homens já foram jovens e já foram crianças. Esses homens são o resultado de tudo que viram, ouviram, tocaram, comeram, cheiraram.
Aí está o perigo: a corrupção desses homens foi concebida e gestada ao longo de anos e anos de imersão num lamaçal de corrupção de todo tipo, de fora e também de dentro da igreja.
Se a criança ou jovem assiste corrupção na TV ou na internet e não recebe orientação dos pais, ela se corrompe. Alguns pais acham graça da criança que imita personagens de TV, mas não percebem que o caráter da criança acaba de ser moldado ali, por um espírito de sensualidade, de homossexualidade, de violência, de corrupção. Ainda que ela não venha a se tornar um praticante, ela passa a considerar como aceitáveis situações promíscuas, violentas ou corruptas. Como essa criança ou jovem evangelizará alguém que está no mundo, se ela considera aceitável o que é abominação para DEUS?
Se a criança ou jovem ouve corrupção no rádio, nas escolas ou nas ruas e não recebe orientação dos pais, ela se corrompe. Os pais acham belo a criança que consegue memorizar uma letra de louvor com facilidade. Mas com que facilidade essa mesma criança memoriza letras do mundo, que a incitam ao crime, à violência, à prostituição? O inimigo tanto sabe disso, que os jovens mais atacados por ele são justamente aqueles envolvidos no ministério de louvor.
O grande perigo que corremos hoje é o de estarmos, por culpa nossa, omissão nossa, formando uma geração de jovens que usam o rótulo de "evangélico" para transgredir justamente tudo aquilo que representa ser cristão. E Romanos 2 vem nos dizer que aquele que carrega a lei no peito, mas não a cumpre, será castigado por falsidade ideológica.
O jovem cristão deveria buscar ser diferente dos demais...
O versículo que lemos em Provérbios 22.6 tem uma curiosidade: ele foi escrito em hebraico, e o verbo que foi traduzido para o Português como "instruir" tem um sentido mais amplo, que não se traduz em apenas uma palavra no Português.
Em hebraico, /HANOCHE/ se refere ao ensino de um único mestre para um ou dois discípulos, e não significa apenas "instruir" ou "ensinar", como está na Bíblia em Português: significa orientar pela palavra, consolidar pelo exemplo e treinar na prática. Não basta ao mestre falar, falar e falar. Ele tem de vivenciar o que ensina, ser exemplo vivo para o discípulo. Ele tem de exigir do seu discípulo a prática daquilo que ele ouviu e presenciou do seu exemplo. Aprender se dá conjuntamente pela palavra, pelo exemplo e pela prática.
O inimigo sabe muito bem disso. Além de ministrar ininterruptamente palavras de corrupção pelos meios de comunicação, ele ainda fornece fartos exemplos de vida corrupta, em quantidades aterrorizantes. Além disso, a todo o momento ele cria oportunidades para que as nossas crianças e nossos jovens possam pôr em prática aquilo que ouviram, viram e presenciaram. E nós? Falamos, falamos, falamos, quando deveríamos falar, ser exemplo e exigir a prática do que foi ensinado.
O que dizer de um jovem evangélico que participa de comunidades virtuais na internet que tratam de temas obscenos? Será que ele está ali apenas para evangelizar os perdidos? Basta ler o que ele escreve ali e saberemos com quem lidamos. Será que ele sabe que qualquer um, inclusive o seu pastor, pode entrar no seu perfil e ver onde ele anda pondo a planta dos seus pés virtuais?
É bom não confundir comportamento virtuoso com comportamento virtual. Na verdade, não se pode ser virtuoso na vida real e ao mesmo tempo um degenerado virtual: o resultado sempre será o de um degenerado na vida real, e vice-versa.
O jovem cristão pode e deve ajudar a salvar os perdidos do mundo.
O famoso guitarrista Eric Clapton buscava tão obsessivamente a perfeição técnica ao tocar seu instrumento que acabou enveredando por experiências com drogas pesadas, que nas décadas de 60 e 70 levavam a atribuição de "abrir as portas da percepção". Clapton não conseguiu seu intento: pelo contrário, entrou em franca degradação mental e física. Ao ver a que ponto seu amigo chegara, Pete Townshend, guitarrista da banda "The Who", engendrou o seguinte esquema: se ele não consegue ver o que está causando a si mesmo, talvez consiga ver essa destruição em alguém próximo de si. E mudou-se para a casa do amigo e começou a drogar-se com ele, na tentativa de fazer o amigo abandonar as drogas ao ver a decadência do seu amigo.
O resultado é que ambos terminaram internados às pressas numa clínica de desintoxicação. Clapton nunca mais conseguiu tocar da mesma maneira que tocava antes. Seu cérebro e suas mãos não eram mais tão ágeis. Townshend teve recaídas seguidas devido à dependência química, além de tornar-se alcoólatra. Sua música tornou-se cada vez mais triste e deprimente. Pouco tempo antes, o baterista da sua banda morrera afogado na piscina de sua própria casa, depois de uma overdose. Alguns anos depois, o baixista morreu de câncer no fígado, decorrente de alcoolismo.
Para salvar alguém do inferno, não podemos fazer parte dele. Para livrarmos alguém das garras do inimigo, não podemos ter parte com ele. Acima de tudo, não podemos esquecer da onisciência de DEUS. É ingenuidade achar que o teatro representado na igreja lhe dá um certificado de santidade enquanto se chafurda na lama com quem está perdido. Nada permanece oculto o tempo todo.
Sejamos, pois, santos, para que possamos cumprir a nossa missão.
sábado, 16 de junho de 2007
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