sábado, 16 de junho de 2007

Ló e a Queda da Bolsa Chinesa

"E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do outro. Habitou Abrão na terra de Canaã e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma". (Gênesis 13:10-12)

"Então o SENHOR fez chover enxofre e fogo, do SENHOR desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra; e destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra. E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal". (Gênesis 19:24-26)

Admirável mundo, este em que vivemos. Em frações de segundos, somos sabedores do que acontece do outro lado do planeta. Tanta tecnologia deveria fazer com que os homens estivessem cada vez mais unidos, trabalhando contra a fome, a miséria, as doenças, a ignorância, a tirania.

Acontece que a tecnologia é algo amoral, não olha a quem serve, porque simplesmente não tem essa capacidade. Se o homem utiliza a tecnologia para salvar vidas, também a utiliza para destruir vidas. A mesma lâmina que corta alimentos a serem preparados para crianças famintas na África pode também ferir alguém num acesso de fúria de que a maneja. Radioterapia e bomba atômica são parentes próximos. Há uma frase antiga que diz que a árvore derrubada constata com tristeza que o cabo do machado que a derruba é feito de madeira. Questão de escolha, irmãos. Questão de escolha.

Na semana de 26 de fevereiro de 2007 fomos informados, em tempo real, que a Bolsa de Valores chinesa havia despencado cerca de 9,4%, o que significou uma catástrofe financeira para as demais bolsas de valores ao redor do mundo. Especuladores e investidores do mundo inteiro sentiram o impacto de ver um décimo do seu dinheiro sumir em apenas um dia. No dia seguinte, a mesma bolsa subiu 3,4%, para cair novamente 2,8% no dia seguinte, mantendo a tendência de prejuízo em escala mundial.

Entenda-se que ninguém é forçado a investir num mercado tão instável quanto a China, que tem as maiores reservas de dólares fora dos EUA (algo em torno de US$400bi), mas cujo povo recebe miseráveis. Este mesmo mercado inunda o mundo com mercadorias cujos preços beiram a gratuidade, mas quando olhamos para a remuneração dos operários, entendemos o porquê de preços tão baixos.

A economia chinesa cresce a proporções de 10% ao ano, mas não distribui essa riqueza entre os trabalhadores: eles continuam recebendo os mesmos US$50 de sempre. Os índices de poluição na China são cada vez mais alarmantes, bem como o desmatamento para geração de energia através do carvão, que polui o ar, afeta a saúde do povo, que ganha mal e tem severas restrições civis, num ciclo vicioso que vem criando uma bolha de falsa prosperidade semelhante à das empresas "pontoCom" americanas do século passado.

Bolhas estouram. A bolha californiana estourou no final do século XX e trouxe ruína a muita gente ao redor do mundo, que investiu todas as suas economias em empresas que sequer escritório tinham. A bolha chinesa já anunciou veementemente que está prestes a estourar mas, com um rendimento daqueles, quem quer saber que essa tal bolha vai estourar um dia? E lá vão eles, investir todo seu dinheiro na bolsa chinesa. Afinal, quando eles sentirem que a bolha vai estourar – e todos eles já nasceram sabendo -, eles retiram seus investimentos rapidamente de lá e vão aplicar, quem sabe, no Brasil. Pouco provável.

Ló também pensava assim. Quando teve a oportunidade de escolher onde iria investir suas riquezas, escolheu o que aos olhos era magnífico. Escolheu as terras onde estava tudo aparentemente pronto e o esforço seria menor. Escolheu ganhar mais em menos tempo, com menor esforço. Escolheu o investimento de retorno rápido. Sequer desconfiou de tanta fartura tão disponível. Sequer consultou a DEUS. Tudo estava tão evidente diante de seus olhos humanos, que seria impossível algo dar errado. Até que a "bolha sodomita" estourou e ele saiu de Sodoma literalmente com uma filha na frente, outra filha atrás e mais nada.

Irmãos, por quantas vezes a promessa de riqueza fácil tem batido à nossa porta? Por quantas vezes temos nos permitido ouvir todo aquele discurso que nos promete retornos inconcebíveis mediante o investimento de recursos que levamos uma vida para reunir? Ou não foi o próprio DEUS que disse: "No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás."? Quem é esse que renega a palavra dita por DEUS senão um mentiroso, um enganador, um filho do inimigo, cuja intenção é amealhar benefícios em causa própria, a partir da ruína daqueles que ouvem seus conselhos perversos?

Quantas bolhas mais serão necessárias para que o homem aprenda a ouvir de DEUS o melhor para si? Quantas ruínas em escala mundial teremos que passar antes de aprendermos que a riqueza é bendita quando advém do trabalho honesto, produtivo e não especulativo? Queremos ser prósperos? Trabalhemos mais. Queremos perpetuar nossa prosperidade? Cuidemos então do meio ambiente, para que tenhamos o que colher amanhã. Queremos segurança para nós e nossos filhos? Elejamos líderes retos e honestos, que utilizem nossos tributos para garantir educação, saúde e segurança a todos indistintamente.

Ou então, continuemos a especular com as vidas uns dos outros, até que a próxima bolha estoure. Torçamos também que algum "Abrão" interceda por nós para que sejamos salvos por anjos de DEUS quando a última bolha estourar.

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