quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Farsa da Remuneração da Tragédia via Facebook


Lido com projetos de informática há pelo menos 30 anos e não entendo - certamente porque não há o que entender - como funciona esse mecanismo de "remuneração da tragédia" via Facebook, da mesma forma que eu não conseguia entender como isso funcionava com os e-mails e no Orkut, simplesmente porque não há correlação alguma com mecanismos de apuração/remuneração do quanto a foto foi compartilhada, comentada ou "curtida" (liked). 

Não consta em lugar algum que a empresa Facebook remunere quem divulga esse tipo de material - muito pelo contrário. No fim das contas, o que resta é a sensação de um propósito escuso da parte de quem lança essas campanhas: o desejo mórbido de divulgar imagens chocantes da miséria alheia, aliado à exploração da boa vontade e ingenuidade alheia. Sabe-se lá o que vem depois disso, pois quem multiplica esse tipo de informação é tomado por crédulo, o que na linguagem dos estelionatários se traduz como "pato", "peixe", "otário", "ovelhinha", "vítima", etc. 

Sempre lembrando que o fato de voce multiplicar aquela foto chocante emite uma notificação ao autor do post (Fulano curtiu seu post), informando que mais um peixe caiu na rede.

Algumas dessas campanhas chegam mesmo a divulgar telefones e e-mails. O que eu fazia quando recebia esses petardos lacrimogenios? Ligava e/ou enviava mensagens de conforto para a família. O que eu recebia como resposta? "Este número/e-mail não existe". Certa vez atenderam o telefone e uma pessoa claramente perturbada atendeu e disse que estava literalmente enlouquecendo com a quantidade de telefonemas que recebia sobre o assunto, sem nunca ter tido qualquer relação com o fato, além do número divulgado no boato eletronico.

Portanto, guardem seus corações, senhas e contas bancárias desse tipo de armadilha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário