segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Humildade Para Reconhecer a Ação de DEUS

Humildade Para Reconhecer a Ação de DEUS

Robson Lelles

"TODOS os mandamentos que hoje vos ordeno guardareis para os cumprir; para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais. E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não. E te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram; para te dar a entender que o homem não viverá só de pão, mas de tudo o que sai da boca do SENHOR viverá o homem. Nunca se envelheceu a tua roupa sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos. Sabes, pois, no teu coração que, como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o SENHOR teu Deus. E guarda os mandamentos do SENHOR teu Deus, para andares nos seus caminhos e para o temeres." (Deuteronômio 8:1-6)

DEUS pode estar agindo de forma maravilhosa na sua vida nesse exato momento.
Para perceber essa intervenção divina sobre a sua vida, torna-se necessária uma dose de humildade que muitas vezes só pode ser conquistada através de uma provação. Sim, nem todos trazem em si a necessária humildade para reconhecer a intervenção divina em suas vidas.

Alguns, por absoluta falta de fé, consideram-se esquecidos por DEUS.
Passam por provações terríveis e são incapazes de reconhecer que, nos momentos mais críticos, a mão de DEUS se fez presente, livrando-os da vergonha ou da destruição iminente. Lembram-se eternamente da doença ou da tragédia. Contam-na em detalhes que muitas vezes nos fazem senti-la como se tivesse sido em nós mesmos. Esquecem-se de lembrar da cura: de como ela veio, por intermédio de quem, dos percalços superados muitas vezes sem uma explicação lógica. Quando esperam pelo sobrenatural de DEUS, imaginam-no com luzes feéricas e névoas místicas, tão improváveis que se tornam inalcançáveis. Não enxergam DEUS na simplicidade, como por exemplo, no médico que encontrou-os num corredor do hospital e tomou para si a responsabilidade de tratá-los, mesmo estando ele fora do seu turno de atendimento. Ou na copeira que sentiu no coração o desejo de lhe preparar uma refeição especial em função da terapia pela qual estão passando. Ou quem sabe ainda, por aquele remédio necessário que estava em falta, mas foi encontrado no fundo da gaveta, na última hora, na dose certa. O milagre lhes grita ao lado, mas permanecem indiferentes.

Outros, inoculados de soberba, consideram-se imunes a tudo.
Estão "cobertos" pelo sangue do Cordeiro, mesmo quando incorrem em pecado. Meu pai conta que, durante um exercício militar, dois marinheiros iniciaram uma discussão acalorada por um motivo fútil. Em dado momento, um deles ameaçou agredir fisicamente o outro, caso ele não se calasse. A resposta do seu oponente não poderia ser mais equivocada: "Ah, você vai bater em mim?" Ele então curva a cabeça, faz uma breve oração e então dispara: "Pode vir me bater! Eu estou coberto pelo sangue de Jesus!" Ao que o outro arremeteu-lhe um petardo de direita no nariz, fazendo o sangue espirrar. "Agora você está coberto com o seu próprio sangue!", disse-lhe o algoz. O marinheiro, ensangüentado e frustrado na sua falsa crença, ainda teve que compartilhar da mesma cela que o seu agressor. Certamente tiveram tempo suficiente para uma reconciliação durante sua detenção por mau comportamento e para refletir sobre não tentar a DEUS.

Nenhum dos dois extremos traz benefício à sua vida.
Quando leio essa passagem de Deuteronômio, lembro de um episódio difícil que um conhecido pôde superar graças à intervenção de DEUS na sua vida. Este episódio tem a ver com um período em que uma súbita onda de desemprego se alastrou pelo país. Em função da idade e de um alegado "excesso de qualificação" tornou-se muito difícil arranjar colocação. As entrevistas de emprego surgiam com certa freqüência e muitas vezes atingiam à última etapa, mas nunca se convertiam em contratação. O fato dele ter sido durante algum tempo diretor de uma multinacional parecia pesar na decisão dos seus potenciais contratantes - quem afinal desejaria contratar um potencial concorrente? As razões para o fracasso nesses processos não eram diversificadas: faixa etária e superqualificação. Ninguém parecia desejar contratar alguém com experiência internacional, poliglota, entre outros tantos atributos.

Durante intermináveis dias esse homem peregrinou atrás da retomada da sua carreira, aceitando aqui e ali um serviço temporário de que lhe garantisse o mínimo para a subsistência de sua família. Sentia-se mesmo como que atravessando um deserto, mas ele não se afastava do caminho de DEUS. Persistia em agir de forma ética, mesmo diante de apertos. De tanto perambular atrás de trabalho com o par de sapatos decentes que ainda lhe restara, ele temia ficar literalmente descalço de uma hora para outra. No entanto, aquele par de sapatos resistia impávido às caminhadas atrás de trabalho, sem se desgastar. Dia após dia, lá estavam eles, ao pé da cama, logo de manhã, prontos para mais uma jornada de lutas. Ele se admirava da resistência daquele calçado.

Um dia, DEUS disse: "Basta!" e esse homem ganhou uma oportunidade em uma importante empresa, que precisava de alguém experiente para conduzir um processo de mudança interna urgente. Durante uma semana ele acordou cedo, calçou aquele par de sapatos e foi trabalhar confiante, agradecendo a DEUS pela redenção, certo de que novos tempos surgiam no horizonte.

Ao final da primeira semana de trabalho, recebeu feliz o seu primeiro pagamento como homem empregado depois de muito tempo. Dirigiu-se feliz ao caixa para receber sua remuneração, quase não se contendo de emoção pelo momento. Recebeu o pagamento e já se dirigia de volta ao escritório, quando sentiu um súbito alívio nos pés. Os sapatos pareciam bem mais frouxos que o normal. Ele decidiu seguir em frente, mas algum tempo depois foi vencido pela curiosidade e resolveu parar para verificar o que havia com os sapatos. Foi quando verificou que ambas as solas estavam completamente rachadas de um lado a outro, de forma que o ar fresco lhe entrava pelas frestas! Antes de se lamentar pela situação, lembrou-se que aqueles sapatos o acompanharam durante toda a sua passagem pelo deserto das dificuldades... Viu ali que DEUS lhe anunciava que a travessia de fato terminara, que era hora de começar de novo.

Ainda emocionado, entrou numa loja próxima e comprou para si um novo par de sapatos, parecido com o que se perdera e então retornou ao trabalho. Naquela noite, ao chegar em casa, narrou o ocorrido à esposa. Juntos deram graças a DEUS pela sua imensa misericórdia e dormiram em paz. No dia seguinte, aquele velho par de sapatos foi mandado para conserto, com todo cuidado de quem se lembrou que DEUS nunca se esquecera de sustentar aqueles que o buscaram.

DEUS esteja nos sustentando em nossas travessias pelos desertos dessa vida. Amém.

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