segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Ressuscitando uma Família Espiritualmente Morta

Ressuscitando uma Família Espiritualmente Morta

Robson Lelles

"Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. (...) Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. (...) Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. (...) Eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto. (...) Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. (...) Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus te concederá. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; (...) Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disse-lhe: SENHOR, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele." (João 11)
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É sobre a ressurreição de famílias espiritualmente mortas que quero conversar hoje.

Uma família pode morrer espiritualmente, ainda que seus membros permaneçam materialmente vivos por anos e anos. Em João 11 vemos que a vida de Marta e Maria sofrera uma mudança em sua rotina diária, em função da doença de seu irmão Lázaro. Sua morte enfim provocou-lhes um trauma tão intenso que as atirou num estado depressivo.

Várias podem ser as causas da morte espiritual de uma família, dentre elas:

A perda traumática de um de seus membros:

Algumas famílias se deixam morrer espiritualmente pela perda do pai, da mãe ou de um dos filhos. Passam a viver por viver, sem um objetivo estabelecido ou então passam a viver obsessivamente em função daquela ausência durante longo tempo. Nada mais faz sentido para uma família vitimada pela perda abrupta de um membro querido. Recentemente vivenciamos o drama de uma família no Rio de Janeiro, cujo filho foi brutalmente assassinado por ladrões de carro. Esta família se viu arrancada do seu dia a dia e atirada num turbilhão de manifestações contra a violência e pela paz, enquanto chora a perda de seu filho.

A decepção causada por um de seus membros:

Ocorre quando um membro da família é descoberto em pecado, gerando traumas familiares, como por exemplo, a descoberta de relacionamentos fora do casamento ou o desvio de comportamento de um dos filhos.

O desgaste do relacionamento familiar:

As pessoas se suportam cada vez menos e passam a agir em benefício próprio em vez de agirem para o bem comum da família. A família só se reúne para assistir a um eventual programa de TV, quando muito, pois é bastante provável que cada quarto tenha o seu próprio aparelho de TV, para que cada um possa assistir aquele de sua preferência. É cada vez mais comum vermos vários aparelhos sintonizados no mesmo canal dentro de uma mesma casa - cada um em seu quarto! Mesmo as refeições diárias agora contam com um convidado tremendamente exclusivista - o aparelho de TV -, que mantém a todos de boca fechada mesmo quando não está cheia - e ai de quem ousar tecer um comentário fora do intervalo comercial! Estão todos ali reverenciando e adorando a programação exibida: adultérios, incestos, crimes, violência doméstica, violência urbana, tráfico de drogas, degradação familiar, homossexualismo, misticismo, bruxaria. O mais provável é que as mamães e as filhinhas conheçam mais sobre a vida e os escândalos dos atores e atrizes do que princípios e valores cristãos. O mais provável é que o papai e o filhinho conheçam a escalação de todos os grandes times do campeonato nacional e o perfil dos principais jogadores do que um conjunto básico das parábolas de Jesus. Família que não compartilha aspirações e sonhos, lutas e vitórias, tende a se degradar e se tornar um bando que vive sob o mesmo teto.

A falta de orientação espiritual de seus membros:

Quando nem pai, nem mãe realizam sua missão de educar espiritualmente a família segundo princípios e valores cristãos, e terminam como que caminhando em meio à escuridão total, é certo que acabarão tropeçando. Um pai não deve abrir mão do seu papel de sacerdote da família. Uma mãe não deve abrir mão de seu papel de educadora religiosa de seus filhos. Filhos devem honrar pai e mãe para que vivam longamente e prosperem. Essa morte espiritual geralmente não se dá de forma repentina, mas vai agravando o quadro do paciente-família até o ponto que ocorre a desagregação familiar. Lázaro não morreu de repente: já vinha carregando a doença há algum tempo. É preciso observar os primeiros sintomas e, principalmente, buscar a cura o quanto antes. Muitas vezes vemos o problema brotando e o deixamos crescer confortável e robusto, até o ponto em que ele aplica o golpe fatal. A soberba paterna sobre a qualidade do seu próprio modelo de criação para os filhos tem trazido surpresas amargas: onde estão nossos filhos nesse exato momento? Com quem? Fazendo o quê? Temos orado pela conversão de nossos filhos, pai ou mãe, antes que seja muito tarde?

Jesus sabia sobre a doença de Lázaro e se propôs a ir vê-lo. Ao descobrirmos um problema que pode matar a família espiritualmente, devemos atentar para a busca imediata da solução. Antes da hora AINDA não é hora; depois da hora, JÁ NÃO é mais hora.

Muitas vezes são necessários tempo e esforço para que se diagnostique o problema para então iniciar o tratamento para ressuscitar a família. Jesus caminhou uma longa distância até chegar à casa de Lázaro, mas chegando lá, agiu poderosamente sobre a vida daquele ente querido. Notem que, mesmo diante da dor da perda do amigo, Jesus teve clareza de pensamento sobre o que deveria ser feito: antes remover a pedra para que Lázaro pudesse sair. Murmurar diante das adversidades faz com que percamos tempo precioso na recuperação espiritual de uma pessoa que sofre.

Pessoas reagem diferentemente diante do mesmo tipo de perda. Marta tratou de ir ai encontro de Jesus, apesar de toda a situação apontar para que ela ficasse em casa, enlutada, ao passo que Maria ficou em casa, cercada de amigos que a consolavam. Consolo não é cura - e o objetivo a ser alcançado é a cura, não o consolo. Igualmente a Marta e Maria, hoje em dia é comum assistirmos a um abismo entre os comportamentos das pessoas envolvidas numa perda: uns rapidamente se recuperam e partem para consertar o que é preciso para poder seguir em frente; já outros, se deixam alquebrar pelas armadilhas psicológicas do inimigo, que tenta empurrá-las cada vez mais embaixo e simplesmente param.

Qual é a sua atitude hoje diante dos seus problemas familiares? Marta ou Maria? Ação ou conformação? Luta ou depressão? Paulo disse em Romanos 12.2: "E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus".

Se este é o seu caso, levante o quanto antes um clamor a DEUS pela renovação do seu entendimento. Peça a DEUS que abra os seus olhos para a solução desse problema que vem matando espiritualmente sua família e impedindo que você se alegre diante da presença de DEUS. Amém!

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